quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Economia brasileira se recupera com aumento real dos nossos salários

Um ano depois da crise todas as lições apontam pela manutenção do mercado interno, com decisões rápidas a favor da retomada do crescimento industrial e com a recuperação dos empregos e do valor real dos salários.A ponto de o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ter comemorado na última sexta-feira, 11 de setembro, o crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano e a saída do Brasil da lista de países em recessão por conta da crise financeira mundial. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a alta - registrada na comparação com o primeiro trimestre de 2009 - interrompe as duas quedas consecutivas na produção de riquezas do País e o retira do cenário de recessão técnica."O PIB teve boa recuperação no segundo trimestre, graças ao consumo das famílias. O mercado interno é o motor do nosso crescimento", disse o ministro Paulo Bernardo.Mas não são apenas os indicadores do IBGE, e a certeza de que o mercado interno, que tem como base o consumo das famílias trabalhadoras, que nos garantem que o pior já passou. E que é necessário agir a favor dos aumentos reais dos nossos salários para aproveitarmos a janela de oportunidades que a retomada do crescimento da nossa economia sinaliza. Estudo da LCA Consultores Associados, que relaciona o volume de investimento total da economia desde 1996 medido pelo IBGE e o uso da capacidade instalada da indústria, apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que toda vez que as fábricas passam a usar, na média, mais de 81,5% da sua capacidade de produção o investimento volta a crescer.E já chegamos a 81,3% do uso da capacidade instalada, o que elimina as desculpas esfarrapadas para se negociar aumentos reais de salários com nossa categoria, neste momento crucial para a economia brasileira. Dados do uso da capacidade da indústria da FGV mostram que houve um salto de 1,5 ponto porcentual nesse indicador de julho para agosto. No mês passado, o uso da capacidade atingiu 81,3%, o maior nível desde novembro de 2008 (84%).Foi este o contexto que motivou as montadoras a chegar a um acordo com seus trabalhadores com aumento real. Como todos nós sabemos, as montadoras ofereceram reajuste de 6,53% aos metalúrgicos do ABC e abono de R$ 1.500.O reajuste contempla o INPC de 4,44% acumulado de 1º de setembro de 2008 a 31 de agosto de 2009, acrescido de cerca de 2% de aumento real. Está aí um excelente sinalizador para nossa campanha salarial. Vamos lutar por mais, mas já temos um mínimo para colocar na mesa de negociações. Afinal, é a hora de os metalúrgicos de Santo André e Mauá recuperarem todo o esforço que fizeram durante a crise, na forma de salários com aumento real e mais empregos. Não cabe, portanto, o tradicional chororô patronal. É hora de pensar grande no Brasil. E garantir nosso aumento real pois nós, trabalhadores metalúrgicos, sabemos investir na recuperação da economia brasileira.