terça-feira, 20 de outubro de 2009

As greves sob medida, empresa por empresa

Muitas vezes as pessoas pensam que os trabalhadores gostam de fazer greve. Não. Os metalúrgicos de Santo André e Mauá detestam greves. É sempre um situação muito tensa, que exige mobilização na porta das fábricas, com explicações e palavras de ordem para ajudar os indecisos a aderir ao movimento grevista. Por isso, só adotamos as greves quando se esgotam as negociações e predomina a provocação patronal.Quem gosta de greve são os patrões. São os empresários que desafiam o limite da paciência dos trabalhadores, que iniciam as provocações cozinhando o galo dos acordos salariais e ficam, o tempo todo, verificando se o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá vai ou não pipocar. É por causa destas estratégias que há dois anos e meio, em março de 2007, nos tornamos capa da revista “Livre Mercado”, na época dirigida por Daniel Lima, quando as provocações patronais nos levaram “à beira de um ataque de nervos” e estávamos prontos para um longo período de greves. Agora, a situação se repete. Só que, desta vez, vamos fazer greve sob medida nas empresas que apoiam as provocações, que insistem em adiamento dos acordos salariais e que tentam criar o pânico na categoria.Já estamos em greve sob medida. Quanto mais a empresa provocar, mais rapidamente nos prepararemos para parar a empresa, respondendo através do nosso movimento à covardia patronal. Todos nós sabemos que é legítimo o reajuste anual dos salários. Está na lei. Que é também legítima a reivindicação do aumento real, como uma compensação à produtividade que repassamos para a empresa todos os anos. E que é mais legítima ainda a negociação salarial, principalmente, nas datas dos dissídios coletivos.E todo mundo está cansado de saber que quando a razão predomina, os trabalhadores se mobilizam. Nenhum trabalhador ou trabalhadora quer carregar no salário que recebe todo mês a humilhação de ter sido desprezado pela empresa em que trabalha. Vamos dar o troco, com movimentos grevistas empresa por empresa. Se os patrões pensam que o Sindicato de Santo André e Mauá vai pipocar, estão enganados. E que se cuidem para explicar para os acionistas de suas empresas os prejuízos que terão que contabilizar com as greves sob medida, empresa por empresa.