quarta-feira, 24 de março de 2010

20 anos após o Plano Collor, trabalhadores se tornam cidadãos

Na semana passada, os jornais estampa­ram notícias para lembrar os 20 anos do Plano Collor. Quem tem mais de 35 anos, ainda de­ve ter na me­mória as pro­messas que fo­ram feitas durante a campanha à presidência que, com a ajuda da TV Globo e a grande imprensa, ajudou a eleger Collor contra Lula, então chamado de “sapo barbudo”.
No primeiro dia de governo, Collor confiscou a poupança. E disse que a medida era necessária pois só tinha um tiro para dar na aceleradíssima inflação. O tiro saiu pela culatra e menos de quatro meses depois a inflação voltou com mais força ainda e as economias domésticas ficaram para sempre desorganizadas.
Era triste ver as pessoas que tive­ram seu dinheiro confiscado dias antes de fechar a compra de um apartamento para si ou para os fi­lhos. As promessas de modernidade de Collor, contudo, tiveram início com a modernização da frota brasileira, mas tudo era feito apenas para agradar os marajás, os ricos, os bens de vida. Exatamente os que Collor prometia tirar privilégios no seu governo.
Lula continuou na sua campanha a favor do Brasil. Percorreu o país todo, várias vezes. Levando sua mensagem, pregando para o nosso povo, a sua gente. E como todo jovem agora sabe, foi eleito presidente. Sem confisco de poupança, sem bravatas contra ricos, mas com a determinação de transformar os pobres e os trabalhadores no Brasil em cidadãos e consumidores.
E não deu outra. Na data em que comemoramos os 20 anos do fracassado Plano Collor, temos orgulho, enquanto trabalhadores e cidadãos, de termos o nosso País nas mãos.
Hoje, mais de 30 milhões de brasileiros, que na época do Collor não podiam nem sequer pensar em comprar uma sandália de dedo, estão consumindo muito além do feijão com arroz. Nossos filhos já podem freqüentar escola e nós temos como providenciar os cadernos, os livros e os uniformes.
Tem brasileiro que viaja de avião pela primeira vez na vida, que participa até de viagens de navio. Já sonhamos de novo com a casa própria em vez de ter que viver para sempre com a ameaça da favela.
O Brasil agora é nosso. E foi construído com nossos votos, com nossa vigilância e com a fé de que um ex-metalúrgico ia chegar lá e que iria trabalhar a nosso favor.
Começamos a viver de novo o clima eleitoral. E é muito importante que não esqueçamos a lição que aprendemos desde o Plano Collor, quando elegemos o primeiro presidente civil pelo voto direto.
A lição é simples: se quisermos melhorar o Brasil temos que manter a qualidade de nosso voto e conti­nuar sempre mobilizados em torno de nossos sindicatos e entidades de classe, em torno de lideres decentes e sempre a favor do Brasil.