segunda-feira, 5 de abril de 2010

Salvar a Billings para as futuras gerações

A represa Billings faz 85 anos. Ainda podemos brindar a data com um copo de água potável. Mas a valer as reflexões que nos foram propostas ao longo da Semana Mundial da Água, que comemoramos entre 22 e 26 de março, se nada for feito e assumido pela po­pulação, pelos trabalhadores e pelos jovens, as próximas gerações não poderão brindar com um copo de água limpa as datas comemorativas da Represa Billings.
A Represa Billings é o maior reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo. Seu espelho d´água possui 10.814,20 hectares, correspondendo a 18% da área total de sua bacia hidrográfica, que ocupa um território de 58.280,32 ha. (582,8 km²), localizado na porção sudeste da Região Metropolitana de São Paulo, fazendo limite, a oeste, com a Bacia Hidrográfica da Guarapiranga e, ao sul, com a Serra do Mar. Sua área de drenagem abrange integralmente o município de Rio Grande da Serra e parcialmente os municípios de Diadema, Ribeirão Pires, Santo André, São Bernardo do Campo e São Paulo.
Apesar de ser protegida pela Lei de Proteção dos Mananciais desde a década de 70, a região vem sofrendo ao longo dos últimos anos as conseqüências de um processo ace­lerado de ocupação irregular. Estas invasões, apesar de identificadas pelo poder público, não têm sido eficientemente contidas, gerando uma sensação de impunidade que, por sua vez, estimula a ocorrência de novas agressões.
A principal tendência identificada no território da Bacia Hi­drográfica da Billings, no período de 1989 a 1999, foi a substituição da cobertura florestal nativa (Mata Atlântica), fundamental para a produção de água em quantidade e qualidade adequadas ao abastecimento público, por áreas ocupadas por atividades humanas, principalmente aquelas ligadas a usos urbanos.
Estima-se que, entre 1989 e 1999, a Billings tenha sofrido crescimento urbano da
ordem de 31,7%. Mais de 45% da ocupação urbana registrada nos seis municípios paulistanos da bacia se deu em áreas com sérias ou severas restrições ao assentamento.
Vivemos, portanto, o dilema muito bem levantado nas comemorações da Semana Mundial da Água: ocupação desenfreada que ameaça a sobrevivência da Billings e a falta de saneamento que prejudica a qualidade e quantidade da água.
Cabe a nós, trabalhadores e cidadãos, decidir com nosso titulo de eleitor em mãos, diante de um copo de água limpa e potável, qual o destino que daremos para a Billings. A decisão tem que ser imediata se queremos preservar qualidade de vida, de saúde e de água para nossos filhos e netos.