sexta-feira, 25 de março de 2011

Fazer valer nossa vontade

Fazer valer nossa vontade
Aos poucos, à medida que amadurece nossa democracia, os trabalhadores e os cidadãos comuns, nós mesmos que carregamos o piano da riqueza nacional nas fábricas, nas lojas e nos escritórios, que prestamos serviços nos hospitais e nos responsabilizamos pelo funcionamento do Estado brasileiro, aos poucos descobrimos maneiras de fazer valer nossa vontade.
A cada dois anos, nas temporadas eleitorais, os marqueteiros dos candidatos aos principais cargos mandam fazer as pesquisas de sondagem. Identificam através destes levantamentos que tipo de discurso vai nos sensibilizar.
E geralmente acertam. Ajustam as promessas de campanha ao que mais nos sensibiliza. Conseguem convencer uma grande parcela do eleitorado e muitos destes candidatos se tornam prefeitos, deputados, senadores, governadores. Prometem o que gostaríamos de ver realizado. E depois de eleitos nada cumprem.
Mas temos uma maneira simples de fazer valer nossa vontade. Primeiro devemos aprender a manifestar nossas opiniões através de grupos organizados. A maneira mais prática é investir parte do nosso tempo para interagir com nossos companheiros e companheiras nos ambientes em que vivemos.
Na igreja ou no sindicato, no emprego ou dentro da condução, sempre que possível vamos emitir nossas opiniões. E assumir um cargo que está sempre vago em nossas comunidades que é o do formador de opinião.
Porque se omitimos e deixamos apenas os que falam qualquer coisa ocupar os ouvidos destes ambientes, acabamos deixando que se prolifere um tipo de opinião pública que será, mais cedo ou mais tarde, captada pelos candidatos a cargos públicos ou mesmo pelos atuais governantes.
Mas não adianta apenas reclamar. Temos que dar sustentação social às nossas reclamações. Se o ônibus está com problemas, vamos escrever uma cartinha para a empresa e pedir que vários amigos assinem junto com a gente. Se o posto de saúde está sem médico ou medicamento, uma simples carta, assinada pelos nossos amigos e parentes fará efeito junto ao vereador ou administrador regional.
Ao documentar nossa insatisfação ganhamos a oportunidade de nos tornar referência. E como formadores de opinião, aos poucos aprenderemos multiplicar nossa opinião. E contribuiremos para melhorar a escola do bairro, a rua esburacada, o encaminhamento do projeto de lei que regulamenta nossa profissão.
O limite é a gente que escolhe. E ao aprendermos a defender e formalizar nossas vontades vamos ser levados a sério pelo Jogo do Poder Público. E neste tipo de jogo, a torcida é mais importante que os jogadores em campo. Pois cada um de nós, além de nossa carteira de trabalho temos a imensa força transformadora dos nossos títulos de eleitor.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

quarta-feira, 23 de março de 2011

O futuro do mundo passa pelo Brasil

O futuro do mundo passa pelo Brasil
Houve um tempo que o governo brasileiro, sob o peso do autoritarismo e controlado pelos militares, fazia o discurso de que o Brasil era um país do futuro.
A mobilização popular, os trabalhadores organizados na fábrica e nas ruas, o resgate da participação histórica nas questões nacionais, que nos ajudou a conquistar a Petrobrás, através da campanha “O Petróleo é Nosso”, a luta pelas “Diretas Já” e a favor do Plano Real, nos ajudaram a consolidar nossa democracia.
A ponto de nesta semana recebermos a visita do presidente Barack Obama dos Estados Unidos, a democracia mais vigorosa do pais mais rico do mundo, apesar da recente crise mundial.
Muito mais do que o encontro histórico do primeiro presidente afro-americano com a primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, temos como pano de fundo o respeito dos grandes estadistas mundiais pela nossa democracia e pelas nossas riquezas.
Ficou também a certeza de que o mundo percebe pela combinação de nosso vigor cultural e democrático, nossa convivência pacífica de várias religiões e raças, numa região rica em energia renovável, com a abundância de petróleo que o Pré-Sal anuncia, todos percebem que o futuro do mundo passa agora pelo Brasil.
E é para colocar a mão neste futuro que nós trabalhadores ampliamos nossa organização. Queremos ir muito alem da fábrica e dos bairros em que vivemos. Acionar de maneira continuada os vários níveis do Poder Público para se estabelecer politicas públicas a favor da Educação, Saúde e Segurança.
Mais do que a gentileza de receber estadistas do mundo inteiro apoiamos a presidenta Dilma Rousseff no seu discurso gentil mas firme a favor das nossas riquezas naturais.
O mundo inteiro é, agora, interligado. E quem quiser planejar o futuro terá que passar, forçosamente, pelo Brasil. Negociar com nossas fontes renováveis de energia, respeitar nossas fontes de água natural, participar de nossas campanhas de proteção ao meio ambiente.
E, principalmente, levar em consideração nas negociações estratégicas a vontade do seu povo e dos seus trabalhadores. Neste sentido, foi muito significativo o fato de a presidenta Dilma Rousseff ter convidado para o almoço com Barack Obama os presidentes das principais centrais sindicais.
O Brasil mudou para melhor. Porque, agora, o futuro do mundo passa pelo Brasil.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Campanhas salariais fervem na região

Campanhas salariais fervem na região
Até o fim deste mês algumas categorias trabalhistas da região definem suas campanhas salariais. Frentistas, funcionários das indústrias farmacêuticas e profissionais de TI (Tecnologia da Informação) já possuem calendário de negociações.
Os trabalhadores do setor farmacêutico, com data-base em 1º de abril, terão reuniões com a classe patronal nos dias 24, 25, 29 e 30 deste mês. "Temos quatro dias para fecharmos acordo, mas ainda não definimos a data para levar a proposta a assembleia", conta o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart.
Os 2.000 trabalhadores da base reivindicam elevações dos salários (aumento de 13%, sendo 6% de reajuste real e o restante de reposição de inflação) e piso (que está em R$ 835), PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.000 para todos os trabalhadores (hoje em R$ 1.200), vale-alimentação (atualmente em R$ 90); acesso a medicamentos e licença-maternidade de 180 dias.
No caso dos frentistas, cuja data-base é 1º de março, uma reunião com os donos de postos de combustível foi novamente agendada, junto ao sindicato, para semana que vem.
"Não há um dia certo, mas esse foi o prazo que os empresários pediram para formalizar contraproposta. Em reunião realizada nesta semana, não aceitamos as medidas que os empresários propuseram, já que não eram condizentes com o que pedimos", afirma o presidente do Sindicato dos Frentistas do ABC, Miguel Gama Neto.
Neste ano, a categoria solicita 5% de reajuste real (além da reposição da inflação); PLR - benefício esse que ainda não foi conquistado -; melhoria do tíquete-refeição (de R$ 8,20/por dia para R$ 12/por dia) e reajuste do piso salarial, de R$ 669 para R$ 800.
JUSTIÇA - Durante reunião de conciliação realizada ontem entre o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) e a entidade patronal, a procuradora regional do trabalho, Laura Martins Maia de Andrade, pediu ao sindicato que adie o início da paralisação até terça-feira, quando será feita nova audiência com o objetivo de chegar a um acordo. Mesmo assim, estado de greve dos trabalhadores de TI permanece.
A paralisação foi decreta no sábado (12), em assembleia com trabalhadores da base. "Os empresários precisam entender que os trabalhadores sabem exatamente o que querem. Nós estamos prontos para paralisar empresa por empresa", ameaça o presidente do Sindpd, Antonio Neto.
Segundo ele, as companhias não propuseram cláusulas que atendam às reivindicações - 11,9% de aumento salarial, desenvolvimento de plano de PLR, auxílio-refeição de R$ 15 por dia e ampliação de pisos.
A decisão atinge cerca de 90 mil profissionais no Estado de São Paulo. O Grande ABC corresponde a 15% do total, o que representa 13,5 mil trabalhadores.
Metalúrgicos de Santo André e Mauá negociam PLR
Metalúrgicos de Santo André e Mauá já iniciaram as negociações da PLR deste ano. Os acordos, feitos com as cerca de 300 indústrias instaladas entre as duas cidades, devem ser fechados até o fim do primeiro semestre, e estão em andamento.
No ano passado, o benefício somou R$ 40 milhões nos bolsos dos metalúrgicos de Santo André e Mauá - levando em conta que o valor da PLR variou entre R$ 1.000 e R$ 4.000 para cada funcionário. A base da categoria é de 25 mil funcionários entre os dois municípios.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino, o Martinha, as negociações são demoradas, por isso a antecipação.
Ele acrescenta que a pauta com a reivindicação já foi encaminhada aos patrões e que as comissões de trabalhadores irão negociar com os empresários. Os encontros entre as partes devem se concentrar em abril

Publicado por Tauana Marin no Diário do Grande ABC
sábado, 19 de março de 2011 7:30