sexta-feira, 1 de abril de 2011

Redescobrir o Brasil

Redescobrir o Brasil
Agora no dia 22 de Abril se comemora o descobrimento do Brasil realizado há 511 anos pelos portugueses. Portugal, na época, um pais colonizador em expansão descobriu o Brasil e desde o início nos impôs o olhar, a cultura, os hábitos e, principalmente, o jeito de governar da elite portuguesa, de então.
Para aquela elite portuguesa, a escravidão era um bom negócio e uma maneira natural de gerar riquezas. E desde então se criou o viés cultural assimilado pela elite brasileira que olha o povão de cima para baixo. E que na condução social e política do nosso Brasil, respeita as minorias (os negros, os índios, os pobres) mas os mantém devidamente enclausurados nas suas favelas e cortiços e fora das grandes oportunidades salariais e acadêmicas.
Com a experiência do governo Lula aprendemos que é possível sim redescobrir o Brasil com o olhar do nosso povo, uma mistura que inclui inclusive os portugueses, mas também os índios e negros. Além de todas as demais raças que aqui chegaram para compor nosso calidoscópio multicultural e étnico.
Com Lula, redescobrimos o Brasil da renda um pouco melhorada, do acesso ainda que precário ao crédito, da remediação da fome brava através do Bolsa Família. Redescobrimos, também, nossa fé no nosso País, pois nos sentimos pela primeira vez cúmplices pela eleição e reeleição de Lula, seguida da eleição de Dilma Rousseff.
Ou seja, depois de mais de 500 anos o povo brasileiro, seus trabalhadores e cidadãos, os responsáveis pela geração de todas as riquezas que o País produz, coloca as mãos numa fração da governança do Brasil.
Essa redescoberta terá consequências. O povo brasileiro sentiu o gostinho de poder sonhar com um futuro melhor do que o da própria geração para os seus filhos e filhas.
Muitos já sentiram o friozinho na barriga de andar de avião e a euforia de participar de pequenos cruzeiros marítimos. Há ainda os que conseguiram através de prestações a perder de vista sentir o cheirinho de carro novo.
Outras famílias comemoraram, junto com seus filhos, as festas de formatura nas universidades. Que mesmo ainda com uma qualidade a desejar, já abrem espaço para que nossos netos, pelo menos, tenham acesso a uma educação mais consolidada.
Ou seja, redescobrimos o Brasil que transferiu parte de sua riqueza para seu povo trabalhador. E gostamos da nova realidade econômica e social. Mas temos consciência de que para manter as conquistas temos que estar politicamente atentos. E mobilizados para não deixar escorregar pelo meio dos dedos a esperança de uma vida melhor.
Felizmente, também conquistamos um regime democrático estável, que ajudamos a construir enfrentando nas fábricas, nas ruas e nas vilas a prepotência do regime militar que se instalou em 31 de Março de 1964.
E estamos plenamente preparados para fazer valer nosso título de eleitores e desbravar o novo Brasil de acordo com nossos interesses de mais justiça social, mais distribuição de renda e de oportunidades para cada um dos nossos cidadãos. Independente da raça, do sexo, da religião.
É este o Brasil que ajudamos a construir e que agora redescobrimos.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

quarta-feira, 30 de março de 2011

Espalhar o crescimento do Brasil para o Mercosul

Espalhar o crescimento do Brasil para o Mercosul
O Mercosul completou 20 anos no dia 26 de Março. Nestas duas décadas, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil saltou de US$ 386,2 bilhões em 1991, para US$ 2,07 trilhões no passado. A inflação, que chegou a bater 1.476% no final de 1990, hoje está na casa dos 6%.
O comércio exterior deu um salto: as exportação cresceram 542,7%, saindo de US$ 31,6 bilhões em 1991 para US$ 201 bilhões em 2010 - com alta de 88% no superávit comercial.
Enquanto isso, O PIB da Argentina, que é a segunda maior economia do bloco, por exemplo, cresceu 52% desde 1991. Já Paraguai e Uruguai tiveram, respectivamente, expansão de 26% e 20%. Somados, os PIBs dos três representam apenas 17% do brasileiro.
Ou seja, existe uma desigualdade econômica, com reflexos sociais preocupantes, entre os parceiros do Mercosul.
Os erros são frutos de decisões politicas e econômicas desastrosas, como o congelamento da dívida externa, a equiparação do dólar com a moeda local, a falta de investimento na modernização do parque industrial. Erros também cometidos pelo Brasil que só recentemente, com o governo do presidente Lula, apostou de verdade na maior distribuição de renda e na inclusão econômica de brasileiros que eram mantidos à margem do consumo de bens, de comida e de serviços.
Os especialistas neste tipo de assunto apontam que o que atrapalha o crescimento conjunto do Mercosul é a estruturação jurídica do bloco, que institui um sistema de união aduaneira, que impede que o Brasil negocie acordos comerciais diretamente com os países do Mercosul, isoladamente. Tudo tem que ser em bloco.
Em vez de uma área de livre comércio - como o Nafta, por exemplo. O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, Nafta, integra as economias do Estados Unidos, Canadá e México, conforme não existissem as fronteiras.
A esperança é que as avaliações que ocorrem nestas datas comemorativas ajudem os respectivos governos dos países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) a buscar uma integração de fato e criar condições para um crescimento econômico com mais harmonia, que é a garantia de paz e prosperidade na América do Sul, uma região rica em recursos naturais mas ainda com a grande maioria do seu povo vítima da pobreza.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá