segunda-feira, 23 de maio de 2011

Empresários e técnicos do Banco Central tentam culpar os trabalhadores pela inflação

Empresários e técnicos do Banco Central tentam culpar os trabalhadores pela inflação
Os patrões e empresários brasileiros estão viciados no exército de reserva da mão de obra, que é formado pelos trabalhadores que estão fora do mercado de trabalho. Quanto mais gente tem desempregada mais fácil é para manter a rotatividade e achatar salários. Demitindo quem está empregado e contratando quem está desempregado com salários inferiores.
Basta ter uma certa estabilidade na economia, como tem acontecido nos últimos três anos, apesar da crise financeira mundial de 2009, que surgem os arautos da inflação para transformar os salários dos trabalhadores como os responsáveis pela inflação.
Nestas análises que começam a circular com certa insistência na imprensa, o objetivo é tentar jogar a opinião pública contra os sindicatos e tentar desestabilizar a mobilização da classe trabalhadora a favor das campanhas salariais de 2011. A desculpa esfarrapada é que com a maior oferta de empregos que os sindicatos vão pressionar por mais salários e, assim, criar inflação.
Os técnicos do Banco Central nada falam do fiasco de se manter uma reserva astronômica de dólares, estimada em mais de 300 bilhões de dólares, que custam outros 30 bilhões de dólares, só para ser mantida.
Ninguém fala nada de o Brasil conviver com os juros mais altos do mundo, que atraem os especuladores financeiros do planeta para engordar aqui dentro os dólares e depois sair rapidamente levando lucros e deixando a gente no prejuízo.
Nada é mencionado, nas insistentes campanhas, sobre a falta de investimento produtivo, como principal foco gerador de riqueza, deixando as indústrias sofrendo concorrência desleal de países asiáticos que ameaçam a sobrevivência da nossa indústria local com preços impossíveis de serem batidos, criando problemas para as indústrias de auto peças, calçadista e têxtil.
Por isso, é hora de a classe trabalhadora brasileira dar um basta a tais campanhas manipulatórias. Já se foi o tempo que a classe trabalhadora brasileira era refém de certa elite que nos jogava impunemente contra a opinião pública. Agora temos acesso a informação, temos como dialogar com o Congresso Nacional e nos posicionar a favor de um Brasil mais justo, mais igualitário, com mais renda e salário.
E com baixa inflação. Como acontece nos países mais desenvolvidos do mundo em que os salários são dignos (e altos) com inflação e juros baixos.
Fiquemos, pois, todos em alerta. E mobilizados em torno dos respectivos sindicatos para continuar a mostrar para a opinião pública brasileira a importância de se controlar a inflação, mas não a custas dos salários, que cada um de nós gasta aqui mesmo no Brasil, para o bem do nosso mercado interno.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá