sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A luta é contínua

Vivemos, muitas vezes, sob o lema que o Partido dos Trabalhadores criou na década de 80: a luta continua. Mas, tão forte quanto essa bandeira que nos alerta o tempo todo para o fato de nos mantermos sempre atentos e prontos para as mudanças, é também reconhecer que se trata de uma situação contínua, sem tréguas, que devemos nos ajustar todos os dias, todas as horas, em todas as conversas.
Por exemplo, a economia brasileira está cercada, hoje, pelas potências econômicas europeias e norte-americana em uma gravíssima crise. O desemprego chega a 20% na Espanha. A Grécia não vê saída para resolver sua dívida com bancos europeus e pode declarar moratória a qualquer momento. Os Estados Unidos não conseguem gerar empregos novos.
Enquanto isso, aqui no Brasil, nosso governo tenta, a exemplo do que Lula já havia feito, defender nossa economia, proteger nossa indústria e nossos empregos. As medidas adotadas, como o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a redução da taxa de juros ajudam.
É hora de os empresários perceberem que com juros mais baixos, que continuarão a cair, que surge uma janela de oportunidades para se investir na produção.
Reconhecer que para ampliar as chances de aproveitar a relativa tranquilidade de nossa economia que é necessário estabelecer parcerias sólidas com seus principais aliados que são os trabalhadores e os consumidores finais.
Como? Apostar de verdade em investimentos que ampliem, ainda mais, a produtividade. E repassar os preços, que serão mais competitivos, para seus consumidores finais. Os trabalhadores, aliados permanentes, manterão a dedicação que garante a produtividade e a qualidade em nossa indústria. E o mercado interno se aquecerá, retornando lucros para as empresas que, de fato, investirem na produção.
É o momento histórico de colocarmos em prática uma regrinha simples, que o ex-presidente Lula nunca se cansou de repetir: preservar o mercado interno é negociar a transferência de renda dos setores produtivos para o bolso dos trabalhadores, através de salários decentes. A população com mais dinheiro no bolso, consumirá mais. E criará um círculo virtuoso que consolidará nossa economia.
É, portanto, uma luta contínua. De todos nós, brasileiros e patriotas, empregados, empresários e cidadãos que têm pela primeira vez na História de nosso País a oportunidade de contribuir para manter o vigor de nossa economia num momento em que as grandes potências mundiais atravessam sérias dificuldades.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Cuidado, querem te culpar pela inflação

Se você é de uma família trabalhadora que está acostumada a ganhar e a gastar junto, deve se cuidar com os economistas de plantão que estão querendo culpar você e sua família pela inflação.
Antigamente, quando a gente só podia gastar da mão pra boca e torrava todo o nosso salário em comida, primeiro porque era pouco e segundo porque nem todo mundo da família tinha emprego e podia contribuir com a renda, ninguém se preocupava com o que gastávamos.
Agora, inventaram uma tal de inflação de serviços e estão dizendo por aí que os novos consumidores (isso, mesmo, a gente) estão gastando mais em serviços do que que em produtos. E que essa nossa nova mania seria a responsável por “pressionar a inflação”.
Segundo o Data Popular, em reportagem publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, “de cada R$ 100 desembolsados hoje, R$ 65,20 são com serviços e R$ 34,80 com produtos. Há 9 anos, as proporções entre gastos com serviços e bens de consumo estavam equilibradas. Eram de
49,5% e 50,5%, respectivamente.”
Por isso, os economistas de plantão, sempre dispostos a emprestar seus nomes para as manipulações contra os interesses dos mais pobres estão divulgando que os nossos hábitos de consumo “dificultam a tarefa do Banco Central de trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%. É que os serviços não podem ser importados para conter a alta de preços.
Além disso, seus preços são influenciados pelo salário mínimo, que tem reajuste programado de 14% para o ano que vem.”
Ou seja, enquanto a gente gastava pouco, porque ganhava muito pouco, e a inflação era altíssima, não se publicavam análises que atribuía aos mais pobres a responsabilidade pela inflação.
Agora, ganhamos o suficiente para consumir o pão nosso de cada dia e ainda sobra para o celular, o cabeleireiro, o cinema. Aí não pode, pois estaríamos ajudando a aumentar a inflação se apressam a nos dizer os analistas financeiros.
Quando, a própria presidente Dilma Rousseff disse que o ideal para manter nosso mercado interno aquecido é continuarmos a consumir com responsabilidade, endividar pouco e ajudar a economia brasileira se manter aquecida e geradora de empregos.
E é isso que vamos continuar a fazer, sem dar ouvidos aos analistas de plantão, sempre a serviço das elites e que não entendem mesmo que o Brasil mudou e que agora os trabalhadores e suas famílias, a famosa nova classe média, participam com orgulho do mercado interno brasileiro.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Melhorar nossos salários para proteger nosso mercado interno

Entender os erros dos outros, depois que eles se revelam, até que não é muito difícil. Há uns 20 anos, as grandes empresas dos Estados Unidos e Europa começaram a fechar suas indústrias locais e mandar sua produção para os países asiáticos, onde a mão de obra era mais barata. E, em muitos casos, beirava a escravidão.
Hoje, as economias norte-americanas e europeias vivem numa recessão brava, pois seu sistema financeiro perdeu a sustentação da riqueza, que só a produção garante.
Enquanto o setor de serviços se expandia, os empregos existiam. Mas quando caiu por terra as bolhas da especulação financeira, os serviços foram reduzidos e sem emprego industrial, o desemprego atinge níveis assustadores nos Estados Unidos e na Europa.
Neste momento essas economias olham para o Brasil. Quem trazer para cá seus carros, produtos eletrônicos e quinquilharias. E levar daqui nosso minério de ferro, nosso petróleo, nossas riquezas naturais.
Mas, depois de muitos séculos, temos agora um governo que nos defende. E a presidente Dilma Rousseff “determinou aos ministros da área econômica que não se cansem de buscar formas de o Brasil se defender - e atacar, sempre que preciso - na guerra cambial. Ao mesmo tempo, o governo prepara mais medidas para fortalecer o sistema de defesa comercial”, conforme noticiou na segunda o jornal “O Globo”.
Defender nossa produção industrial e nosso mercado interno exige de cada um de nós, sejamos metalúrgicos ou empresários, a preocupação com o reforço da nossa produtividade e do consumo interno.
E ainda não inventaram outra maneira mais eficiente de reforçar o consumo interno do que a que se faz pela transferência de renda através dos salários.
Por isso, neste momento de crise mundial é a hora de empresários e lideranças sindicais negociarem reajustes salariais que nos tornem fortes o suficiente para continuar a defender o Brasil e seu mercado interno.
Como todos sabemos, uma corrente tem a força de seu elo mais fraco. Os trabalhadores se recusam a ser, de novo, esse elo mais fraco e a pagdarem, sozinhos pela crise, como aconteceu no governo FHC.
Agora, o governo brasileiro joga na defesa da nossa economia. Os juros vão continuar a cair e as medidas necessárias a proteger nosso mercado de consumo e de trabalho serão continuamente expandidas.
A cada um de nós cabe, portanto, apoiar o Sindicato e a Força Sindical nas negociações da Campanha Salarial 2011. Porque é através dos salários atualizados que teremos condições de fazer nossa parte no mercado interno.
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá