quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Campanha Salarial 2013: Agora, a hora da colheita, se o Imposto de Renda deixar Estamos nos finalmente de nossa Campanha Salarial de 2013. Os patrões espernearam, mas conseguimos uma negociação satisfatória com os seis grupos empresariais do setor e cravamos reajustes em torno de 8% com um aumento real superior a 2%, dependendo dos cálculos finais da inflação do ano que se encerra em nossa data-base. O principal diferencial de nossa Campanha Salarial 2013 foi termos conseguido convencer os empresários do setor, com a participação da Federação dos Metalúrgicos, que era possível fechar um acordo razoável, sem ter que ir para as vias de fato de uma greve. O que mostra que nossa categoria conseguiu provar, dentro e fora das fábricas, que estamos mobilizados e conscientes de nossa importância estratégica para a manutenção do fluxo produtivo das empresas que nos empregam. Nem mesmo começamos a fazer nossas contas do dinheiro que passará pelos nossos bolsos e que reaquecerão a economia no final de ano, e cai no nosso radar a famigerada defasagem da tabela do Imposto de Renda. Segundo cálculos do Dieese, a defasagem da tabela do IR chega a 62,77% entre janeiro de 1996 e dezembro de 2012. “Corrigir a tabela é uma questão de justiça social. Os reajustes salariais estão sendo corroídos pelo Imposto de Renda”, explica o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Temos que manter a nossa mobilização para convencer o governo da presidenta Dilma que “salário não é renda”. E que é absolutamente necessária a correção da tabela do Imposto de Renda que ainda registra a fantasiosa meta de inflação de 4,5% ao ano. Com os reajustes que conseguimos a duras penas, mais o décimo terceiro salário de dezembro, o que deveria confirmar nossa alegria em família, se transformará em decepção ao percebemos a mordida do Leão. Que arrancará pedaços expressivos de ganhos que são fruto de muito esforço e necessários para garantir um mínimo de qualidade em nossas vidas. Porque cada Real que o Imposto de Renda nos subtrai, através de uma tabela defasada, fará falta para nossa família. O mais constrangedor para nós metalúrgicos, que ajudamos a gerar riquezas para o Brasil, é termos consciência de que a imensa maioria dos empresários sequer prestam contas com a Receita Federal. Apesar de serem os donos das indústrias e seus acionistas a parte da elite que acumula rendas com a exploração do nosso trabalho em suas fábricas. Por isso, na assembleia de encerramento da Campanha Salarial 2013 já lançamos a agenda para as próximas etapas de luta. Primeiro, cerraremos fileiras imediatamente pela atualização da Tabela do Imposto de Renda, defasada em 62,77%. E em seguida, começaremos nossa mobilização para a Campanha Salarial de 2014, pois temos muito a recuperar no valor dos nossos salários e, especialmente, do nosso piso salarial. Sem nos esquecer da ameaça da Lei da Terceirização que, por enquanto, conseguimos parar no Congresso Nacional, mas que com certeza, voltará para a pauta dos empresários e do Congresso no próximo ano. Com uma ameaça direta aos nossos ganhos salariais e aos direitos trabalhistas, duramente conquistados por toda a classe trabalhadora brasileira. Cícero Martinha Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.